O aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), é o terminal com o segundo maior fluxo de cargas do país, tendo contabilizado 300 mil toneladas em 2012. Com o atual sistema de guias em papel, que demanda 12 cópias, o tempo de espera para liberação para exportação é de 20 horas ou mais. Além disto, entre 10 e 20% das cargas têm problemas com o sistema atual. Em 2012, foram emitidas, no total, 38 mil guias.
Este cenário tende a mudar com o projeto e-AWB (Air Way Bill), que promete desburocratizar os processos de exportação de cargas no aeroporto. Desenvolvido pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), o sistema será uma revolução análoga ao bilhete eletrônico para passageiros, diz o diretor da Iata, Carlos Abner.
O aeroporto de Viracopos foi o primeiro a ser escolhido para este projeto-piloto por ser focado no transporte de cargas, de onde adquire 70% de sua renda. Ainda assim, o diretor da Iata prevê que os demais aeroportos adotem o sistema para transporte de carga, dando fim à papelada.
O sistema funciona disponibilizando em tempo real todos os documentos em formato eletrônico ao longo da cadeia logística. As vantagens são muitas: primeiro, acarretará uma drástica diminuição do tempo de espera para liberação de exportação. O impacto ambiental também será reduzido com o menor uso de papel. A margem para erros humanos também é diminuída, o que reduz as chances de formulários mal preenchidos impedirem a saída das cargas.
A meta é que o tempo de espera chegue a 5 horas. Ainda assim, a previsão é de uma redução de 25% no tempo de liberação, segundo Ditmar Schoendorf, gerente da Lufthansa em Viracopos, que, junto com a DB Shenker, estreou o sistema no aeroporto. Para diminuir mais que isso, seriam necessárias, ainda, mudanças na legislação.
A administração do aeroporto informa que em 2014, serão gradualmente adicionadas novas empresas ao sistema de cargas. Além disto, no meio do ano que vem, haverá uma avaliação sobre implementar o sistema também à área de importação.
